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Nossa segunda parada no continente africano é no Egito.
Berço da aromaterapia e palco de grandes maravilhas. Vem com a gente explorar esse país fascinante, cheio de histórias, mitos e lendas.
Navegue pelas curiosidades do Egito.
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Rio Nilo
A importância do Rio Nilo no Egito Antigo é imensurável. Tanto que os egípcios da antiguidade o consideravam como algo sagrado.
Ele teve um papel essencial para a formação de várias civilizações, pois grande parte delas se desenvolveu em suas margens.
O desenvolvimento da civilização egípcia deveu-se principalmente à sua localidade estar próxima ao Rio Nilo, o que os possibilitava desenvolver atividades econômicas, tais como a pesca e a agricultura, facilitada pelas cheias do rio que garantiam, e ainda garantem, a fertilização do solo.
O Nilo foi uma importante fonte de água para a população egípcia. Além disso, ele facilitou o transporte de mercadorias e pessoas, garantindo o desenvolvimento do comércio na região.
Sua bacia hidrográfica envolve cerca de 10 países, são eles: Egito, Burundi, Etiópia, Quênia, República Democrática do Congo, Ruanda, Sudão do Sul, Sudão, Tanzânia e Uganda.
Localizado na região nordeste do continente africano, o Nilo é considerado o maior rio do mundo, com cerca de 7 mil km de extensão.
Pirâmides de Gizé
Situadas a 18 quilômetros do Cairo, no Planalto de Gizé, as Pirâmides são os monumentos mais conhecidos do Egito e alguns dos mais antigos do mundo. Estima-se que as obras começaram por volta do ano 2500 a.C.
Os faraós eram mumificados e introduzidos nas pirâmides junto com alguns ítens (normalmente alimentos e pertences pessoais) para que os acompanhassem em sua “última viagem”.
Entre os enigmas que envolvem as pirâmides, encontra-se o mistério de sua construção. Como conseguiram locomover blocos enormes e como conseguiram construir essas estruturas naquela época? São várias as teorias sobre o tema.
Aqui encontramos as três pirâmides de Gizé mais importantes: Quéops, Quéfren e Miquerinos, além de outras menores.
Quéops
Também conhecida como a Grande Pirâmide de Gizé ou simplesmente Grande Pirâmide, é a mais antiga e a maior das três pirâmides.
Estudiosos sobre o Egito acreditam que a pirâmide foi construída como um túmulo durante a IV dinastia egípcia para o faraó Quéops ao longo de um período de 10 a 20 anos, em torno de 2 560 A.C..
É a mais antiga das Sete Maravilhas do Mundo Antigo e a única a permanecer em grande parte intacta. Possui uma altura de 160 metros e 230 metros de base (quase 1 quilômetro de perímetro).
Quéfren
O faraó Quéfren, que era filho do faraó Quéops, quarto rei da Quarta Dinastia e que reinou entre 2520 e 2494 a.C, ordenou que fosse construída sua pirâmide que hoje é, em tamanho, a segunda maior pirâmide do Antigo Egito.
Atualmente é a única das pirâmides que ainda conserva uma pequena parte de seu antigo revestimento de calcário branco na parte superior.
Miquerinos
A pirâmide foi feita para ser tumba do faraó Miquerinos, filho do faraó Quéfren e o quinto soberano da Quarta Dinastia.
A pirâmide de Miquerinos é a menor do conjunto, mas também muito interessante. Possui uma altura de 66 metros e sua base possui um pouco mais de 100 metros.
Grande Museu Egípcio
Uma estrutura inteiramente dedicada à egiptologia e implantada junto às grandes pirâmides.
O Grande Museu Egípcio, também conhecido como o Museu de Gizé, está em fase final de construção, e tem como intuito a exposição de artefatos do Antigo Egito. Será o maior museu arqueológico do mundo,
Uma curiosidade que torna essa obra tão interessante é a sua localização: a topografia do terreno junto ao sítio arqueológico de Gizé, o qual cobre uma área de mais de 500.000 metros quadrados, é definida por uma diferença de nível de até 50 metros–escavada na paisagem pela contínua passagem das águas do Nilo. Enquanto as três pirâmides ficam em pleno deserto, o edifício do museu encontra-se encaixado entre o vale do Nilo e o planalto das pirâmides, operando como um elemento de conexão entre duas zonas geológicas diferentes. Isso faz com que a exuberância das grandes pirâmides e a grandeza do museu se completem na paisagem.
Nova Biblioteca de Alexandria
A imponente Nova Biblioteca de Alexandria foi construída em 2002 com objetivo de reviver todo o esplendor da sua antiga versão, nascida no século quatro - um dos mais antigos e importantes centros de produção de conhecimento da história do Egito e do mundo.
Hoje, a nova biblioteca já se tornou referência cultural na África, abrigando mais de quatro milhões de livros, auditórios, museus, laboratórios e até um planetário. Ali, fica fácil voltar no tempo: pelo menos 5 mil anos de história estão expostos em papiros e objetos que foram, inclusive, encontrados no local durante a sua construção.
Seu novo projeto arquitetônico ganhou proporções faraônicas em uma versão moderna, mas que ainda mantém os simbolismos e os mistérios impressos na alma do Egito Antigo. O novo edifício, em formato de disco, se inclina na direção do mar Mediterrâneo, representando "o nascer do Sol a cada dia para saudar os novos conhecimentos".
Vasos de Alabastro
A arte de construir vasos de pedra nasceu no Egito. Os belos vasos e garrafas de Alabastro, uma espécie de mármore branco e translúcido, serviam para armazenar óleo e perfume - componentes importantíssimos na vida dos egípcios e que ditavam a complexa hierarquização social da época.
Por guardar elementos preciosos e muito valorizados pelos egípcios, os vasos de alabastro eram itens elaborados e muito bem cuidados
Os óleos essenciais eram empregados pelos egípcios, também, em massagens de embelezamento para proteger a pele do clima árido e evitar a decomposição de seus mortos. Vasos de alabastro, encontrados em antigas tumbas de faraós, possuíam óleos essenciais e datavam mais de 6.000 anos, demonstrando que os egípcios conheciam suas propriedades antissépticas.
Vilarejo do povo Núbio em Assuã
Um paraíso de cores, beleza e encanto. Assim é a aldeia Núbia em Assuã, que abriga um povo acolhedor, multicultural e que compõe uma das civilizações mais antigas da África.
Localizado ao longo do rio Nilo, o vilarejo do povo núbio ofusca os olhares com suas ruas e casas coloridas, artesanatos e simbolismos implícitos nas diversas figuras geométricas espalhadas pela região.
Os núbios têm orgulho de sua cultura e tradição, e oferecem ao visitante uma oportunidade única de mergulhar de cabeça na história de um povo que resiste às margens do Nilo há mais de 4 mil anos.
Jasmim
A história nos conta que as flores de jasmim, originárias da antiga Arábia, cruzaram o Mar Vermelho há mais de três mil anos e fizeram uma fértil morada nas terras egípcias.
Hoje, o jasmim é a base de sustento de aproximadamente 50 mil agricultores egípcios, especialmente na região de Gharbiya, no Delta do Nilo. Cerca de 95% de toda matéria-prima de jasmim para perfumes e aromatizantes vem do Egito e da Índia.
Suas flores frescas podem ser destiladas para criar óleos essenciais ou transformadas em absolutos por meio de solventes, que então servem de base para diversos perfumes. Já o jasmim seco se transforma em chá e incenso. Na aromaterapia, OE de jasmim é conhecido popularmente como rei dos óleos, devido às suas variadas propriedades a favor do bem-estar.
Gerânio
A beleza inconfundível do Gerânio tem suas origens na África do Sul, embora seja hoje conhecida e adorada no mundo inteiro.
No Egito Antigo, o óleo de Gerânio era indispensável nos rituais de beleza, sendo utilizado para embelezar e hidratar a pele. Não por acaso, o óleo é até hoje associado à força da expressão feminina.
Atualmente, a produção de Gerânio no país está concentrada nas regiões de Beni-Suef e Fayoum, no Alto Egito. A safra é plantada entre outubro e novembro, e uma única colheita é feita em junho, quando a planta começa a florescer.
Lótus Azul
Essa planta germinada às margens do rio Nilo carrega consigo uma série de simbologias e significados místicos. Uma delas é a associação a Nefertum, o deus do perfume da mitologia egípcia, cujo corpo era representado por uma lótus azul acima da cabeça.
Imagens dessa jóia sagrada do Nilo enfeitavam os templos e as tumbas dos faraós, mostrando que a história da planta não é apenas medicinal, mas também mística por natureza. Por isso, as pétalas do lótus azul eram usadas pelos egípcios para curar, meditar e induzir a estados alterados de consciência para encontrar a sabedoria espiritual.
Templo de Karnak
O Templo de Karnak é o maior templo do Egito. Ainda hoje, restos seguem sendo encontrados e o templo vai sendo reconstruído. O local onde se encontra mede 2.400 metros de perímetro e está rodeado por uma muralha de adobe de 8 metros de espessura.
Construído por diferentes faraós entre os anos 2200 e 360 a.C., o Templo de Karnak contém em seu interior o grande templo de Amon, outros templos menores, capelas e o grande lago sagrado. Os faraós mais importantes que intervieram em sua construção foram Hatsepsut, Seti I, Ramsés II e Ramsés III.
Provavelmente, o mais espetacular do templo é o Grande Salão Hipostilo. Com mais de 5.000 metros quadrados, contém 134 colunas, sendo que as 12 centrais são mais largas e elevavam o teto, já inexistente, a 23 metros de altura.
Na entrada do templo, antes de cruzar o primeiro pilone (no Antigo Egito, era um grande pórtico dos templos, em forma de pirâmide truncada, que ladeava a entrada.), veremos 40 esfinges com cabeça de carneiro. É o começo da Avenida das Esfinges, que chegava até o Templo de Luxor e até o Nilo.
Templos de Abu Simbel
São dois enormes templos esculpidos na rocha em Abu Simbel, uma vila na província de Assuã, Alto Egito, perto da fronteira com o Sudão. Esse complexo faz parte do Patrimônio Mundial da UNESCO conhecido como "Monumentos Núbios", que vão de Abu Simbel rio abaixo até Filas (perto de Assuã).
Os templos, gêmeos, foram originalmente esculpidos na encosta da montanha no século XIII a.C., durante o reinado da XIX Dinastia do faraó Ramsés II. Servem como um monumento duradouro ao rei, sendo que sua esposa Nefertari e filhos podem ser vistos em figuras menores a seus pés. Também comemora sua vitória na Batalha de Cades. Suas enormes figuras externas em relevo rochoso se tornaram icônicas.
Uma curiosidade: todo o complexo foi totalmente realocado em 1968 em uma colina artificial feita de uma estrutura abobadada, bem acima da Grande Barragem de Assuã. A realocação dos templos foi necessária ou eles teriam sido submersos durante a criação do Lago Nasser, o enorme reservatório de água artificial formado após a construção da Grande Barragem de Assuã no Rio Nilo. O projeto foi realizado como parte da Campanha de Salvamento da Núbia, da UNESCO.
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Egito, Afrodiversidade Terra Flor
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Nefertum,
o deus do Sol e
do perfume
Na mitologia egípcia, Nefertum era simbolizado pela figura de um jovem e belo rapaz, que carregava uma flor de lótus azul acima de sua cabeça.
De acordo com a história popularizada no Egito Antigo, Nefertum, assim como a flor de lótus azul, teria surgido das profundezas das águas para alegrar o ambiente, impregnando tudo ao redor com seu delicioso aroma. Por isso, Nefertum é conhecido como deus do perfume.
São muitas as histórias e simbologias envolvendo Nefertum, e talvez a mais emblemática seja sobre renascimento: a cada amanhecer, Nefertum ressurgiria das águas desabrochando novamente sua flor de lótus ao alto da cabeça. Devido ao seu poder de transmutação e regeneração, ele é também chamado de Deus do Sol, que se abre e se recolhe com o astro rei e tudo renova a cada ciclo.
A flor de lótus é, para os egípcios, uma planta sagrada – foi durante muito tempo a única planta com flor que floresceu sem parar, durante todo o ano, às margens do rio Nilo. Assim, era representada por deuses e deusas sempre perto do nariz, fazendo parte dos rituais de proteção envolvendo reis, rainhas e faraós. A flor também estava intimamente relacionada às cerimônias fúnebres e ao culto aos deuses em geral.
Ísis Abena, perfumista, nos conta que o aroma do lotus eterniza a ancestralidade africana.
“O aroma da Flor de Lótus era considerado medicina, mágico e restaurador para o Espírito.
Os povos do Antigo Egito acreditavam que o sensorial do Lotus era divino por carregar em si o ciclo de vida-morte-vida, já que essa flor tem como característica fechar-se ao pôr do sol e ressurgir, ascendendo em direção aos céus no nascer do Sol”.
E como os egípcios sempre associaram os aromas à saúde e ao bem-estar, o Nefertum carrega ainda um terceiro e poderoso título: o deus da cura.
Filho de Sakhmet, deusa leoa da guerra e da medicina, e do deus Ptah, um grande protetor egípcio, Nefertum completa essa tríade familiar poderosa, ativando os caminhos da cura, da conexão espiritual e do bem-estar.
Obrigado pela companhia nessa viagem.
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Expediente
Equipe:
Pesquisa Editorial e Cordenação Geral
Vistar Pinheiro e Vishwa Schoppan
Marketing Terra Flor
Othávio Canabarro
Consultoria comunicação, cultura, conexões e pesquisa
Criação, produção, mídia e conteúdo de marca
Créditos, Fotos Africa
Acervo Terra Flor (Vistar Pinheiro e Vishwa Schoppan)